quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Preconceito Musical - Rogerio Morgado fala do preconceito quanto a restart

“incomodou muito, o preconceito musical. Torcer o nariz não é o problema. Tem tanta coisa que eu não curto de hoje e de ontem, mas o que anda me deixando puto é a arrogância das pessoas em quererem desqualificar uma parada que é sucesso. Resolvi discutir isso depois que li o belo texto do blog do André Forastieri com o título: “Restart é rock de verdade” E no ponto de vista do que ele disse é a pura verdade, como ele diz: “Rock é rebelião adolescente”, vou prosseguir com o que minha mãe disse: “Quando eu era adolescente, a geração anterior dizia que Roberto Carlos era veado, que meus irmão também eram por gostar de um cara cabeludo que tocava aquelas porcarias” Não estou comparando a importância, tampouco musicalidade, mas o Restart de hoje é como foi Roberto Carlos ontem. Não me venha dizer depois: “você é louco comparar esses moleques com o Rei” – posso ser louco mas estou falando a verdade. Me falaram no Twitter: “A questão é: eles não têm ideal algum”. Rock não é só ideal! Rock também é ideal! O que me diz de uma música em tom maior com acordes que formavam um “rock feliz” que dizia em sua letra: “É, eu vou lhe dizer uma coisa/ Acho que você vai entender quando eu disser o que é/ Eu quero segurar sua mão/ Eu quero segurar sua mão, Eu quero segurar sua mão”. Podia soar como sucesso porcaria, na opinião de muitos, mas isso é Beattles!
Quando eu tinha 15 anos eu era fanático por Sepultura, aquilo era atitude e o que me aparece? Hanson. Era o Restart de hoje, meninos que deixavam as menininhas loucas e venderam 10 milhões de cópias, o sucesso foi tão grande que logo eram “veados que tocavam música de bosta”! Para mim aquilo era uma afronta à música, mas eu tinha uma cabeça minúscula que muitos têm até hoje. O que me irrita é a falta de argumento para a pergunta: Por que Restart é ruim? “Porque é uma bosta” ou “porque eles são coloridos” ou até “porque eles são gays” o que me irrita é gente ignorante que não sabe argumentar e só xinga porque alguém começou a “xingar muito no twitter” e veio no coro junto com todos. O que quero dizer é que por mais que seu gosto musical seja diferente, queria que as pessoas entendessem que o acontece hoje é sucesso por conta de pessoas que se identificam com o que cantam, o que vestem e o que falam. Essa é a geração de hoje que compra os discos e lotam os shows, se você hoje tem 15 anos é compreensível que “xingue muito no twitter”. Mas se você tem a minha idade e diz: “que bosta, Raimundos é que era foda”, deixa para os meninos de 15 anos xingarem a Família Colorida, respeito não pelo meu gosto ou pelo gosto da menina de 12 anos, mas pelo trabalho bem sucedido alheio!
Cada um em sua época canta o que vive. Então não seja cabecinha.
Não tem piada hoje.”

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